O fósforo é o início da faísca. Está tudo lá, pronto a arder, mas para o fogo começar, é preciso perder a cabeça. O combustível a postos para aquecer os corações só se inflama se a cabeça se lançar contra a lixa. E assim seguimos, sabendo-nos lixados à partida. Do laranja ao vermelho, do vermelho ao preto cinza. Tudo o que vive, morre, já sabemos, mas que viva intensamente, enquanto se consome.
A geração dos anos 60 dizia que preferia consumir a sua chama rápida e intensamente, do que ficar a marinar em lume brando pela vida fora. A canção Fósforo, escrita por Jorge Cruz, interpretada por Ana Bacalhau, e produzida por João Só, carrega esse espírito, dizendo que cada segundo de chama valeu por uma vida inteira.
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