Nuno Artur Silva e António Jorge Gonçalves

Em Janeiro de 2015, no Teatro-Estúdio Mário Viegas, São Luiz Teatro Municipal, Nuno Artur Silva estava a fazer o seu primeiro espectáculo de stand up comedy, um solo acompanhado por António Jorge Gonçalves e pelos Dead Combo, quando foi convidado para administrador da RTP. Em 2019, preparava-se para regressar ao seu espectáculo, numa nova versão, revista e atualizada, quando foi novamente convidado, dessa vez para Secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media.

Depois da experiência governativa em tempo de pandemia, e de um inevitável retiro sabático (donde de facto nunca saiu), regressa agora com um novo solo, de novo acompanhado por António Jorge Gonçalves e uma particular banda sonora. Em Onde é que Eu Ia?… conta as impressões do que foram estes últimos anos, a partir das notas e observações que foi registando (a lápis) num pequeno bloco que sempre o acompanhou: desde a sua experiência como autor, apresentador, agente, produtor e director de inúmeros projectos e programas de televisão humorísticos vários (voluntários e involuntários, mas não só), à passagem pela administração da RTP em tempos de mudança (relativa) ou pelo Governo de Portugal (Departamento Cultura, Sector Cinema, Audiovisual e Afins) em tempos de (forte) pandemia – obviamente, falará de muitas coisas que se espera que fale e de outras que provavelmente não. Ou, se calhar, sim. A verdade é que logo se verá.

Fala também do que lhe passa pela cabeça no momento em que acaba de completar 60 anos e conta histórias de uma vida muito preenchida (ou, pelo menos, assim-assim) por episódios em que muitas vezes a vida pessoal e a profissional se cruzaram das formas mais inesperadas – e vice-versa. Decisões e indecisões, divagações e considerações. E interrupções, muitas interrup… Importante referir ainda a reflexão sobre os Limites do Humor e o Estado do Mundo, que não vai ter lugar aqui. O que se pode esperar são pensamentos e interrogações (muito pertinentes, segundo o autor) sobre o que estamos aqui a fazer, não só na administração da coisa pública propriamente dita, mas na administração da coisa privada que é cada um de nós: qual o sentido da vida, mas principalmente qual o sentido das muitas coisas que fazemos em vez de fazermos o que devíamos estar a fazer. A vida em geral, mas sobretudo a vida em particular.

Em todo o caso, trata-se, de novo, de algo que toda a gente o tem vindo a aconselhar a não fazer. Mas ele vai fazer. (A não ser que, entretanto, haja um convite para outra coisa).

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